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https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/40754
Tipo: | Dissertação |
Título: | Contribuições da Teoria da Reprodução Social (TRS) à análise do trabalho de assistentes sociais |
Autor(es): | Blanco, Larissa Moretti |
Primeiro Orientador: | Degenszajn, Raquel Raichelis |
Resumo: | Esta dissertação objetiva buscar as contribuições da Teoria da Reprodução Social (TRS), em especial suas elaborações contemporâneas, à análise do trabalho de assistentes sociais. A perspectiva em questão surge na esteira dos debates feministas-marxistas sobre o trabalho doméstico, na década de 1970, e parte da crítica da economia política, isto é, da teoria do valortrabalho de Karl Marx, para analisar o trabalho gratuito operado por mulheres, no âmbito privado dos domicílios, na produção e reprodução da força de trabalho, a mercadoria especial do modo de produção capitalista. O trabalho reprodutivo, materializado por múltiplos processos garantidores do nascimento e sobrevivência dos/as trabalhadores do ponto de vista físico e emocional, pode se dar na família, instância principal de realização dos trabalhos de cuidado por parte das figuras femininas; no mercado, através da mercantilização das necessidades básicas (como o acesso à saúde, por exemplo, que passa a ser mediado pelo aquisição de convênio médico); e também pelo Estado e suas instituições públicas responsáveis pela implementação de políticas e serviços sociais públicos – esfera majoritária de efetivação dos processos de trabalho de assistentes sociais. É nesse âmbito que, desde a gênese da profissão, assistentes sociais voltam-se ao atendimento das necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora – necessidades sempre aquém das reais demandas desta classe, na medida em que o lucro subordina a vida na lógica capitalista, ainda que o capitalismo não possa prescindir da reprodução de sua mercadoria especial: a força de trabalho. Partindo de interpretação crítica do Serviço Social enquanto trabalho e de sua inserção histórica na esfera reprodutiva, responsável por materializar uma forma de reproduzir a vida da classe trabalhadora em consonância com os interesses capitalistas, majoritariamente pela via do Estado a seu serviço, buscamos discutir quais avanços teórico-metodológicos e ético-políticos podem surgir, na análise sobre o trabalho profissional em conjuntura tão desafiadora quanto a atual, justamente a partir da centralidade da categoria reprodução da força de trabalho, proposta pela perspectiva unitária da Teoria da Reprodução Social (TRS). Além disso, tendo em vista que a TRS busca apreender as relações de opressão como intrínsecas ao funcionamento do capitalismo, e não como sistemas independentes, através da centralidade da categoria marxiana de totalidade social, esta dissertação também procura apreender e expor os contributos desta perspectiva aos debates sobre as relações de gênero e relações étnico-raciais – e, consequentemente, ao fortalecimento do projeto ético-político – tendo em vista a importância alcançada por essas discussões no interior da profissão nos últimos anos, ainda que nem sempre atreladas, ontologicamente, à discussão anticapitalista. Nessa direção, uma das conclusões de nossa pesquisa apontou que a adesão qualificada ao projeto ético-político depende da consonância com as demandas reais da classe trabalhadora e, nesse ponto, encontra eco no Serviço Social o esforço da TRS em considerar as subjetividades e as experiências desiguais da classe trabalhadora, ao focar nos múltiplos processos reprodutivos que desumanamente a forjam |
Abstract: | This dissertation aims to look at the contributions of Social Reproduction Theory (SRT), especially its contemporary elaborations, to the analysis of the work of social workers. The perspective in question arose in the wake of the feminist-Marxist debates on domestic work in the 1970s and is based on the critique of political economy, i.e. Karl Marx's labor theory of value, in order to analyze the free labor performed by women in the private sphere of the home, in the production and reproduction of the labor force, the special commodity of the capitalist mode of production. Reproductive work, materialized by multiple processes that guarantee the birth and survival of workers from a physical and emotional point of view, can take place in the family, the main instance in which female figures carry out care work; in the market, through the commodification of basic needs (such as access to health, for example, which is now mediated by the acquisition of medical insurance); and also by the state and its public institutions responsible for implementing public social policies and services - the major sphere in which social workers carry out their work processes. It is in this context that, since the genesis of the profession, social workers have focused on meeting the survival needs of the working class - needs that always fall short of the real demands of this class, insofar as profit subordinates life in the capitalist logic, even though capitalism cannot do without the reproduction of its special commodity: labor power. Starting from a critical interpretation of Social Work as work and its historical insertion in the reproductive sphere, responsible for materializing a way of reproducing the life of the working class in line with capitalist interests, mostly through the state at its service, we seek to discuss what theoretical-methodological and ethical-political advances can emerge in the analysis of professional work in a situation as challenging as the current one, precisely from the centrality of the category reproduction of the workforce, proposed by the unitary perspective of the Social Reproduction Theory (SRT). Furthermore, given that the SRT seeks to understand the relations of oppression as intrinsic to the functioning of capitalism, and not as independent systems, through the centrality of the Marxian category of social totality, this dissertation also seeks to understand and expose the contributions of this perspective to the debates on gender relations and ethnic-racial relations – and, consequently, to the strengthening of the ethical-political project – given the importance that these discussions have achieved within the profession in recent years, even if they are not always ontologically linked to the anti-capitalist discussion. In this sense, one of the conclusions of our research pointed out that qualified adherence to the ethical-political project depends on it being in line with the real demands of the working class and, on this point, Social Work echoes the SRT effort to consider the subjectivities and unequal experiences of the working class, by focusing on the multiple reproductive processes that inhumanely forge it |
Palavras-chave: | Serviço social Trabalho profissional Teoria da Reprodução Social (TRS) Totalidade social Assistentes sociais Social work Professional work Social Reproduction Theory (SRT) Social workers |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo |
Sigla da Instituição: | PUC-SP |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Ciências Sociais |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social |
Citação: | Blanco, Larissa Moretti. Contribuições da Teoria da Reprodução Social (TRS) à análise do trabalho de assistentes sociais. 2023. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2023. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/40754 |
Data do documento: | 7-Dez-2023 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação em Serviço Social |
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