Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/24428
Tipo: | Dissertação |
Título: | Luto e desigualdade social: uma leitura sócio-histórica sobre a morte e o luto a partir das experiências do território da Brasilândia no contexto da pandemia de Covid-19 |
Título(s) alternativo(s): | Grief and social inequality: a social-historical reading about death and grieving based on the experiences of the Brasilândia territory in the Covid-19 |
Autor(es): | Ferreira, Camila Moraes |
Primeiro Orientador: | Rosa, Elisa Zaneratto |
Resumo: | Esta pesquisa parte do pressuposto de que a desigualdade social, enquanto dimensão estrutural das relações sociais e subjetividades brasileiras, constitui e marca os processos de morte e luto. Historicamente, o campo da Psicologia, contudo, tem reproduzido perspectivas teóricas e práticas que tendem a naturalizar as mortes e universalizar os lutos, distanciando-se das bases sociais desses fenômenos e ocultando as formas desiguais em que ocorrem no país, a partir das opressões de classe-raça-gênero. Partindo de uma crítica a essa compreensão, com base no referencial teórico-metodológico da Psicologia Sócio-Histórica, este estudo teve como objetivo construir uma leitura sócio-histórica dos processos de morte e luto na sua relação com a desigualdade social, analisando-os no território da Brasilândia durante a Pandemia de Covid19. Foram entrevistadas seis lideranças comunitárias da Brasilândia, território periférico localizado na Zona Norte de São Paulo. Os dados da pesquisa foram discutidos com base na metodologia dos Núcleos de Significação, chegando-se às principais significações construídas pelos participantes no contexto da pandemia, frente às mortes e lutos no território. Como resultado, foram elaborados dois núcleos principais: o Núcleo 1, em que discutimos as significações acerca das repercussões da pandemia no território, caracterizando o contexto e o cenário da pesquisa; o Núcleo 2, no qual apresentamos as significações sobre as mortes e lutos. A pandemia apareceu nessas significações enquanto um fenômeno emblemático, que acirrou e aprofundou a desigualdade social histórica no território e trouxe impactos nas condições de vida da população. Diante da emergência dessas demandas sociais e da ausência do poder público, as organizações coletivas ganharam centralidade e reafirmaram-se ainda mais urgentes. A morte foi significada como um fenômeno recorrente, ao qual a população está exposta cotidianamente, mesmo antes da pandemia. A questão racial foi central nessas vivências; são os jovens negros e periféricos as maiores vítimas das mortes por violência. Contraditoriamente, frente a essas mortes escancaradas, os processos de luto tendem a ser silenciados e não reconhecidos. Assim, a vivência dos lutos se revelou conjugada às lutas, em uma relação dialética, enquanto ato e gesto político na direção do compromisso com a vida. Finalmente, reiterou-se a importância de uma prática na Psicologia que, desnaturalizando os processos de luto, reconheça-os enquanto sofrimentos ético-políticos, fenômenos marcados por uma dimensão social. Apontamos, afinal, a necessidade de construir práticas de cuidado ao luto compromissadas socialmente e articuladas com as demandas da vida concreta de cada população |
Abstract: | This research relies on the assumption that social inequality, as a structural dimension of Brazilian social relations and subjectivities, constitutes and defines death and grieving processes. Historically, the psychology field, however, has reproduced theoretical and practical perspectives which tend to naturalize death and universalize the grieves, distancing itself from the social base of these phenomena and concealing the unequal forms in which they occur in the country, based on the oppressions of class-race-gender. Starting from a criticism of this understanding, on the basis of the theoretical-methodological reference of the Socio-Historical Psychology, this study had as objective to build a social-historical reading of the death and grief processes in its relation with the social inequality, analysing them in the Brasilândia territory during the Covid-19 Pandemic. Six community leaderships were interviewed in Brasilândia, a peripheral territory located in São Paulo's northern area. The research data were discussed on the basis of the Nuclei of Meaning methodology, coming up to the main meanings built by the participants in the pandemic context, facing death and grieving in the territory. As outcome, two main nuclei were elaborated: the Nuclei 1, in which we discussed the meanings regarding the pandemic repercussions on the territory, characterizing the context and the research background; the Nuclei 2, in which we present the meanings regarding the deaths and grieves. The pandemic has appeared in these meanings as an emblematic phenomenon that has increased and deepened the historical social inequality in the territory and brought impacts in the life conditions of the population. In the face of the emergency of these social demands and the absence of the public authorities, the collective organizations have gained centrality and have reassured themselves as even more urgent. Death was signified as a recurrent phenomenon, to which the population is exposed on a daily basis, even before the pandemic. The racial issue was central to these experiences; black and peripheral youth are the bigger victims of death by violence. Contradictorily, facing these wide open deaths, the grieving processes tend to be silenced and non-acknowledged. Thus, the grieving experience revealed itself attached to the struggles, in a dialectical relation, as a political act and gesture in direction to the commitment with life. Finally, it was reiterated the importance of a practice in Psychology that, denaturalizing the grieving processes, acknowledges them as ethical-political sufferings, phenomena defined by a social dimension. We point, lastly, to the necessity of building grieving care practices socially committed and articulated with the demands of the concrete life of each population |
Palavras-chave: | Luto Morte Desigualdade social Psicologia Sócio-Histórica Grief Death Social Inequality |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo |
Sigla da Instituição: | PUC-SP |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Social |
Citação: | Ferreira, Camila Moraes. Luto e desigualdade social: uma leitura sócio-histórica sobre a morte e o luto a partir das experiências do território da Brasilândia no contexto da pandemia de Covid-19. 2021. Dissertação (Mestrado em Psicologia: Psicologia Social) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2021. |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/24428 |
Data do documento: | 23-Nov-2021 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Psicologia Social |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Camila Moraes Ferreira.pdf | 1 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.